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terça-feira, 5 de novembro de 2013

MATEMÁTICA, SABEDORIA E ERUDIÇÃO

UMA IRRETOCÁVEL AULA DE MATEMÁTICA, TÃO ANTIGA, MAS VAI SEMPRE FUNCIONAR...

Um homem, que tinha 17 camelos e 3 filhos, morreu.

Quando o testamento foi aberto, dizia que metade dos camelos ficaria para o filho mais velho, um terço para o segundo e um nono para o terceiro.

O que fazer?

Eram dezessete camelos; como dar metade ao mais velho? Um dos animais
deveria ser cortado ao meio?

Tal não iria resolver, porque um terço deveria ser dado ao segundo filho. E a nona parte ao terceiro.

É claro que os filhos correram em busca do homem mais erudito da cidade, o estudioso, o matemático.

Ele raciocinou muito e não conseguiu encontrar a solução, já que a mesma é matemática.

Então alguém sugeriu: "É melhor procurarem alguém que saiba de camelos, não de matemática".

Procuraram assim o Sheik, homem bastante idoso e inculto, mas com muito saber de experiência feito.

Contaram-lhe o problema.

O velho riu e disse: "É muito simples, não se preocupem".

Emprestou um dos seus camelos - eram agora 18 - e depois fez a divisão. Nove foram dados ao primeiro filho, que ficou satisfeito. Ao segundo coube a terça parte - seis camelos - e ao terceiro filho foram dados dois camelos - a nona parte. Sobrou um camelo: o que foi emprestado.

O velho pegou seu camelo de volta e disse: "Agora podem ir".

Esta história foi contada no livro "Palavras de fogo", de Rajneesh e serve para ilustrar a diferença entre a sabedoria e a erudição. Ele conclui dizendo: "A sabedoria é prática, o que não acontece com a erudição. A cultura é abstrata, a sabedoria é terrena; a erudição são palavras e a sabedoria é experiência."

17+1= 18

-1º filho - 18/2= 9
-2º    "    - 18/3= 6
-3º    ''    - 18/9= 2
9+6+2= 17 camelos (está cumprido o testamento)

18-17=1
sobrou 1 camelo que foi entregue ao seu proprietário.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

O CEGO, RENOIR, VAN GOGH E O RESTO

Rosa e Azul, de Renoir
O CEGO, RENOIR, VAN GOGH E O RESTO
O Filho do Carteiro, de Van Gogh












Vistos de costas, pareciam apenas dois amigos conversando diante do quadro Rosa e Azul, de Renoir, comentando o quadro. Porém, quem prestasse atenção nos dois perceberia, e talvez estranhasse, que um deles, o de elegantes óculos de sol, parecia um pouco desinteressado, apesar de todo o empenho do outro, traduzido em gestos e eloquência quase murmurada. O que dava ao de óculos a aparência de desatento era a cabeça, um pouco baixa demais para quem estivesse olhando o quadro, cabeça que também não estava de frente, mas um pouco virada para a direita com relação à pintura, como se ele enfocasse outra coisa, a assinatura de Van Gogh no pé do quadro vizinho, por exemplo.
O que falava segurava às vezes o antebraço do de óculos com uma intimidade solícita e confiante. Como se fossem amantes.
Aproximei­-me do quadro, fingindo olhar de perto a técnica do pintor, voltei­-me e percebi: o de óculos escuros era cego.
Cego! O que fazia um cego no Masp? Ninguém parecia interessado neles; nem o guarda, treinado para olhar pessoas em vez de quadros.
De perto, pude ouvir o que falava:
- ... os olhos dessa menina de rosa brilham como se estivessem marejados, como se ela estivesse a ponto de chorar, e a boca, de um rosa muito vivo, quase
vermelho, ajuda a dar essa impressão, parece que se contrai. É muito mágico, não se pode ter certeza. Por cima do corpinho do vestido ela usa uma espécie de colete
também de musselina rosa franzida, adornada por uma espécie de babado de alto a baixo.
- Você já falou “espécie de” três vezes.
- Tá bom, vou evitar. Essa... esse colete é preso na cintura por uma faixa bem larga de cetim cor-de-rosa, larga mesmo, de quase um palmo, usada como cinto.
Ela tem o dedo polegar da mão direita enfiado nessa espécie de, perdão, nessa faixa de cetim, o que parece um truque do pintor para dar movimento ao braço
e graça infantil à figura da menina.
Algo extraordinário acontecia ali, que eu só compreendia na superfície: um homem descrevendo para um amigo cego um quadro de Renoir. Por que tantos detalhes?

- A saia rodada franzidinha é do mesmo tecido cheio de luz. As meias são de uma tal transparência diá­fana rosada que mal se destacam das perninhas sadias
dela.
Vão até a metade da perna, e os sapatos são pretos de alcinha com uma fivela, não, não é uma fivela, é um enfeite dourado, um na alça e outro no peito
do pé, bem discretos. Ela dá a mão esquerda para uma outra menina de vestido igualzinho ao dela, só que em azul, bem brilhante, e ela tem os cabelos mais claros.

- Azul como quê? Fale mais desse azul - pediu o cego, como se precisasse completar alguma coisa dentro de si.
- É um azul-claro, muito claro, um azul que tem movimento e transparência e muita luz, um azul tremulando, azul como o de uma piscina muito limpa eriçada
pelo vento, uma piscina em que o sol se reflete e que tremula em mil pequenos reflexos...
Lembra­-se daquela piscina em Amalfi?
- Lembro... lembro... - e sacudia a cabeça, reforçando.

- É parecido. A menina de azul é um pouquinho mais alta e está quase sorrindo... o contrário da outra. Parecem irmãs, devem ser irmãs, mas ela tem os cabelos
mais claros, louros mesmo, e mais compridos. A mão esquerda dela tem um movimento gracioso, como se ela segurasse com o indicador e o polegar um raio de luz
do vestido brilhante...
Afastei­-me, olhei­-os de longe. Roupas coloridas, esportivas. Depois de poucos minutos, passaram para outro quadro, de Van Gogh. Pouco a pouco a compreensão
do que faziam ali me inundou, e fechei os olhos para ver melhor. O guarda treinado para vigiar pessoas estava ao meu lado e contou, aos arrancos:
- Eles vêm muito aqui. Só conversam sobre um quadro ou dois de cada vez. É que o cego se cansa. Era fotógrafo, ficou assim de desastre. É cego mas é rico.

Disse rico como se fosse uma compensação justa. O mistério da alma humana não o inquietava, aquela necessidade de ver, dentro do não­ ver. A construção
de um quadro na mente de alguém por meio de palavras. Não o tocava a dedicação do narrador de quadros - seria amor? -, o seu esforço amoroso de fazer as palavras brilharem como tinta, concretas.
Saí, passei por eles, ocupados em pintar O Filho do Carteiro, de Van Gogh:

- ... um amarrotado boné de carteiro, azul-marinho com debruns dourados na pala e na copa, e tem olhos azuis muito abertos, como que assustado...


ANGELO, Ivan. O comprador de aventuras e outras crônicas. São Paulo: Ática, 2000. 

Algumas considerações:

Solicitude e intimidade sendo interpretada como sinal de serem amantes.

Curiosidade a respeito do que os outros faziam.

Espanto ao perceber que um cego estava num museu.

Preconceito sobre o direito do cego de frequentar o lugar que desejar.

Indiscrição, prestar atenção na conversa alheia.

Impaciência do cego com o amigo por repetir palavras – “espécie de”.

Paciência do amigo em descrever detalhes, o que seria imprescindível para compreensão.

Direito do cego de, por meio de descrição de alguém, conhecer artes.

Julgamento sobre trajes e classe social do cego e de seu amigo.

O comentário do guarda – “é cego, mas é rico” – como se riqueza fosse compensação

Este é um caso de cegueira adquirida, mas se fosse congênita, como explicar uma cor?


quinta-feira, 19 de setembro de 2013

MESSI, O MELHOR DO MUNDO É AUTISTA

Os sintomas da Síndrome de Asperger trabalharam a seu favor.
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Messi é autista. Ele foi diagnosticado aos 8 anos de idade com a Síndrome de Asperger, conhecida como uma forma branda de autismo. Ainda que o diagnóstico do atleta tenha sido pouco divulgado e questionado, como uma maneira de protegê-lo, o fato é que seu comportamento dentro e fora de campo são reveladores.
Ter síndrome de Asperger não é nenhum demérito. São pessoas, em geral do sexo masculino, que apresentam dificuldades de socialização, atos motores repetitivos e interesses muito estranhos. Popularmente, a síndrome é conhecida como uma fábrica de gênios. É o caso de Messi.
É possível identificar, pela experiência, como o autismo revela-se no seu comportamento em campo — nas jogadas, nos dribles, na movimentação, no chute. “Autistas estão sempre procurando adotar um padrão e repeti-lo exaustivamente”, diz Nilton Vitulli, pai de um portador da síndrome de Asperger e membro atuante da ong Autismo e Realidade e da rede social Cidadão Saúde, que reúne pais e familiares de “aspergianos”.
“O Messi sempre faz os mesmos movimentos: quase sempre cai pela direita, dribla da mesma forma e frequentemente faz aquele gol de cavadinha, típico dele”, diz Vitulli, que jogou futebol e quase se profissionalizou. E explica que, graças à memória descomunal que os autistas têm, Messi provavelmente deve conhecer todos os movimentos que podem ocorrer, por exemplo, na hora de finalizar em gol. “É como se ele previsse os movimentos do goleiro. Ele apenas repete um padrão conhecido. Quando ele entra na área, já sabe que vai fazer o gol. E comemora, com aquela sorriso típico de autista, de quem cumpriu sua missão e está  aliviado”.
A qualidade do chute, extraordinária em Messi, e a habilidade de manter a bola grudada no pé, mesmo em alta velocidade, são provavelmente, segundo Vitulli, também padrões de repetição, aliados, claro, à grande habilidade do jogador. Ele compara o comportamento de Messi a um célebre surfista havaiano, Clay Marzo, também diagnosticado com a síndrome de Asperger. “É um surfista extraordinário. E é possível perceber características de autista quando ele está numa onda. Assim, como o Messi, ele é perfeito, como se ele soubesse exatamente o comportamento da onda e apenas repetisse um padrão”. Mas autistas, segundo Vitulli, não são criativos, apenas repetem o que sabem fazer. “Cristiano Ronaldo e Neymar criam muito mais. Mas também erram mais”, diz ele.
Autistas podem ser capazes de feitos impressionantes — e o filme Rain Man, feito em 1988, ilustra isso. Hoje já se sabe, por exemplo, que os físicos Newton e Einstein tinham alguma forma de autismo, assim como Bill Gates.
Também fora de campo, seu comportamento é revelador. Quem já não reparou nas dificuldades de comunicação do jogador, denunciadas em entrevistas coletivas e até em comerciais protagonizados por ele? Ou no seu comportamento arredio em relação a eventos sociais? Para Giselle Zambiazzi, presidente da AMA Brusque, (Associação de Pais, Amigos e Profissionais dos Autistas de Brusque e Região, em Santa Catarina), e mãe de um menino de 10 anos diagnosticado com síndrome de Asperger, foi uma revelação observar certas atitudes de Messi.
“A começar pelas entrevistas: é  visível o quanto aquele ambiente o incomoda. Aquele ar “perdido”, louco pra fugir dali. A coçadinha na cabeça, as mãos, o olhar que nunca olha de fato. Um autista tem dificuldade em lidar com esse bombardeio de informações do mundo externo”, diz Giselle. Segundo ela, é possível perceber o alto grau de concentração de Messi: “ele sabe exatamente o que quer e tem a mesma objetividade que vejo em meu filho”.
Giselle observou algumas jogadas do argentino e também não teve dúvidas:  “o olhar que ‘não olha’ é o mesmo que vejo em todos. Em uma jogada, ele foi levando a bola até estar frente a frente com um adversário. Era o momento de encará-lo. Ele levantou a cabeça, mas, o olhar desviou. Ou seja, não houve comunicação. Ele simplesmente se manteve no seu traçado, no seu objetivo, foi lá e fez o gol. Sem mais”.
Segundo Giselle, Messi tem o reconhecido talento de transformar em algo simples o que para todos é grandioso e não vê muito sentido em fama, dinheiro, mulheres, badalação. “Simplesmente faz o que mais sabe e faz bem. O resto seria uma consequência. Outra aspecto que se assemelha muito a meu filho”.
Outra característica dos autistas, segundo ela, é ficarem extremamente frustrados quando perdem, são muito exigentes. “Tudo tem que sair exatamente como se propuseram a fazer, caso contrário, é crise na certa. E normalmente dominam um assunto específico. Ou seja, se Messi é autista e resolveu jogar futebol, a possibilidade de ser o melhor do mundo seria mesmo muito grande”, diz ela.
A ideia de uma das maiores celebridades do mundo ser um autista não surpreende, mas encanta. Messi nunca será uma celebridade convencional. Segundo Giselle, ele simplesmente será sempre um profissional que executa a sua profissão da melhor forma que consegue — mas arredio às badalações, às entrevistas e aos eventos.  “Ele precisa e quer que sua condição seja respeitada. Nunca vai se acostumar com o assédio. Sempre terá poucos amigos. E dificilmente saberá o que fazer diante de um batalhão de fotógrafos e fãs gritando ao seu redor. De qualquer modo, certamente a sua contribuição para o mundo será inesquecível”, diz ela.



segunda-feira, 16 de setembro de 2013

BENEFÍCIOS DE ESCREVER À MÃO


O computador surgiu para auxiliar a escrita, não para substituí-la. Com a maior exigência dos vestibulares e concursos, os estudantes de hoje precisam melhorar sua caligrafia. Receitas médicas ilegíveis também são inaceitáveis.
Pessoas que digitam em computadores ou usam a tela sensível de celulares, precisam reservar um tempo para escrever a mão. Um dos motivos são as provas de redação, pois por falta de treino, pela pressa ou tensão os textos podem ficar ilegíveis, prejudicando o resultado em concursos.
Quando anotamos alguma coisa, preferencialmente à mão, aumentamos a possibilidade de gravar melhor na memória.
A ciência comprova que redigir textos de próprio punho melhora o raciocínio, a linguagem e a memória.
Pesquisadores de psicologia e neurociência, utilizando um aparelho de ressonância magnética, detectaram maior atividade neuronal no cérebro de crianças que exercitaram a escrita à mão em comparação com aquelas que apenas observaram letras numa tela. Uma explicação pode ser o uso dos movimentos além do sentido da visão. Em adultos, as imagens de cérebros observados indicaram que os movimentos sequenciais das mãos necessários para a escrita, ativam as áreas cerebrais responsáveis pelo raciocínio, linguagem e processamento da memória.

  


COMO AJUDA

PARA CRIANÇAS:
Facilita o aprendizado de letras e formas
Aprimora as habilidades motoras
Ajuda a criança a se expressar melhor

PARA ADULTOS
Facilita a memorização de datas, números e palavras
Melhora o desenvolvimento de idéias
Estimula o raciocínio rápido por mais tempo

segunda-feira, 15 de julho de 2013

FALÁCIAS

Com tantas inverdades que tem surgido nos últimos dias em vista das manifestações públicas, resolvi explicar um pouco o modo como o engano ou ilusão é provocado.
O primeiro passo é definir o que é FALÁCIA, em seguida virá a relação dos tipos de falácias.
Uma falácia é uma espécie de mentira, engano, ilusão, sofisma. 
Argumento capcioso que induz a erro.
É um argumento logicamente inconsistente, inválido, ou que falhe de outro modo no suporte eficaz do que pretende provar.

Argumentos que se destinam à persuasão podem parecer convincentes para grande parte do público apesar de conterem falácias, mas não deixam de ser falsos por causa disso. 
Reconhecer as falácias é por vezes difícil.


TIPOS E EXEMPLOS DE FALÁCIAS
  
Argumentum ad antiquitatem (Argumento de antiguidade ou tradição):
Basicamente consiste em afirmar que algo é verdadeiro ou bom só porque é antigo ou “sempre foi assim”.

Argumentum ad hominem (Ataque ao argumentador):
Em vez de o argumentador provar a falsidade do enunciado, ele ataca a pessoa que fez o enunciado.
Ex: "A afirmação de Joãozinho é falsa, pois ele é um sujeito mal-educado".

Argumentum ad ignorantiam (Argumento da Ignorância):
Ocorre quando algo é considerado verdadeiro simplesmente porque não foi provado que é falso (ou provar que algo é falso por não haver provas de que seja verdade). Note que é diferente do princípio científico de se considerar falso até que seja provado que é verdadeiro.
Ex: "Joãozinho diz a verdade, pois ninguém pode provar o contrário."
"É certeza que Deus exista, até que se prove o contrário."

Non sequitu (Não segue):
Tipo de falácia na qual a conclusão não segue das premissas.
Ex: "É bom acabar com a pobreza neste país; É bom eliminar a corrupção neste país; Portanto, vamos votar no Joãozinho para presidente!"

Argumentum ad Baculum (Apelo à Força):
Utilização de algum tipo de privilégio, força, poder ou ameaça para impor a conclusão.
Ex: "Acredite em Deus, senão irá pro Inferno."

Argumentum ad Populum (Apelo ao Povo):
É a tentativa de ganhar a causa por apelar a uma grande quantidade de pessoas.
Ex: "Deus existe porque grande parte da população mundial acredita nele."

Argumentum ad Numerum (Apelo ao número):
Semelhante ao "ad populum". Afirma que quanto mais pessoas acreditam em uma proposição, mais provável é a proposição de ser verdadeira.
Ex: "Deus existe, pois 85% das pessoas acreditam que sim. Não podem estar todos enganados."

Argumentum ad Verecundiam (Apelo à autoridade):
Argumentação baseada no apelo a alguma autoridade reconhecida para comprovar a premissa.
Ex: "Se Aristóteles disse isto, é verdade" ou "Se a Bíblia diz isto, isto necessariamente é a verdade".

Dicto Simpliciter (Regra geral):
Ocorre quando uma regra geral é aplicada a um caso particular onde a regra não deveria ser aplicada.
Ex: "A palavra 'Cafú' não tem acento porque é oxítona terminada em u" (nesse caso o nome é próprio e a regra geral não se aplica).

Generalização Apressada (Falsa indução):
É o oposto do Dicto Simpliciter. Ocorre quando uma regra específica é atribuída ao caso genérico.
Ex: "Todo Joãozinho é feliz."

Falácia de Composição (Tomar o todo pela parte):
É o fato de concluir que uma propriedade das partes deve ser aplicada ao todo.
Ex: "Este caminhão é composto apenas por componentes leves, logo ele é leve também."

Falácia da Divisão (Tomar a parte pelo todo):
Oposto da falácia de composição. Assume que uma propriedade do todo é aplicada a cada parte.
Ex: "Você deve ser rico, pois estuda em um colégio de ricos." ou "Formigas destroem árvores. Logo, esta formiga pode destruir uma árvore."

Falácia do homem de palha:
Consiste em atribuir falsas idéias ao oponente ou tentar manipular a opinião do ouvinte defendendo um ponto de vista reprovável ou fraco.
Ex: "Deveríamos abolir todas as armas do mundo. Só assim haveria paz verdadeira."

Cum hoc ergo propter hoc: (falsa causa)
Afirma que apenas porque dois eventos ocorreram juntos eles estão relacionados.
Ex: "O Guarani vai ganhar o jogo de hoje porque hoje é quinta-feira e até agora ele ganhou em todas as quintas-feiras em que jogou."

Post hoc ergo propter hoc:
Consiste em dizer que, pelo simples fato de um evento ter ocorrido logo após o outro, eles têm uma relação de causa e efeito.
Ex: "O Japão rendeu-se logo após a utilização das bombas atômicas por parte dos EUA. Portanto, a paz foi alcançada devido à utilização das armas nucleares."

Petitio Principii:
Ocorre quando as premissas são tão questionáveis quanto a conclusão alcançada.
Ex: "Sócrates tentou corromper a juventude da Grécia, a maioria (que votou pela sua condenação) sempre tem razão, logo foi justo condená-lo à morte."

Circulus in Demonstrando:
Ocorre quando alguém assume como premissa a conclusão a que se quer chegar.
Ex: "Sabemos que Joãozinho diz a verdade, pois muitas pessoas dizem isso. E sabemos que Joãozinho diz a verdade, pois nós o conhecemos."

Falácia da Pressuposição:
Questiona um fato assumindo um pressuposto verdadeiro.
Ex: "Quando você vai parar de bater na sua esposa?" ou "Onde você escondeu o dinheiro roubado?"


Ignoratio Elenchi (Conclusão sofismática):
Ou "Falácia da Conclusão Irrelevante". Consiste em utilizar argumentos válidos para chegar a uma conclusão que não tem relação alguma com os argumentos utilizados.
Ex: "Os astronautas do Projeto Apollo eram bem preparados, todos eram excelentes aviadores e tinham boa formação acadêmica e intelectual, além de apresentar boas condições físicas. Logo, foi um processo natural os EUA ganharem a corrida espacial contra a União Soviética pois o povo americano é superior ao povo russo."

Anfibologia:
Ocorre quando as premissas usadas no argumento são ambíguas devido à má elaboração gramatical.

Acentuação:
É uma forma de falácia devido à mudança de significado pela entonação. O significado é mudado dependendo da ênfase das palavras.
Ex: compare: "Não devemos falar MAL dos nossos amigos." com: "Não devemos falar mal dos nossos AMIGOS".


Falácias tipo "A" baseado em "B" (Outro tipo de Conclusão Sofismática):
Ocorrem dois fatos. São colocados como similares por serem derivados ou similares a um terceiro fato.
Ex: "O Islamismo é baseado na fé.", "O Cristianismo é baseado na fé." "Logo o islamismo é similar ao cristianismo."

Falácia da afirmação do consequente:
Esta falácia ocorre quando se tenta construir um argumento condicional que não está nem no Modus ponens (afirmação do antecedente) nem no Modus Tollens (negação do consequente). A sua forma categórica é: Se A então B.
B Então A.
Ex: "Se há carros então há poluição. Há poluição. Logo, há carros."

Falácia da negação do antecedente:
Esta falácia ocorre quando se tenta construir um argumento condicional que não está nem no Modus ponens (afirmação do antecedente) nem no Modus Tollens (negação do consequente). A sua forma categórica é: Se A então B. Não A. Então não B.
Ex: "Se há carros então há poluição. Não há carros. Logo, não há poluição."

Bifurcação (Falsa dicotomia):
Também conhecida como "falácia do branco e preto". Ocorre quando alguém apresenta uma situação com apenas duas alternativas, quando de fato outras alternativas existem ou podem existir.
Ex: "Se você não está a favor de mim então está contra mim."

Argumentum ad Crumenam:
Esta falácia é a de acreditar que dinheiro é fator de estar correto. Aqueles mais ricos são os que provavelmente estão certos.
Ex: "Se o Barão diz isso é porque é verdade."

Argumentum ad Lazarum:
Oposto ao "ad Crumenam". Esta é a falácia de assumir que apenas porque alguém é mais pobre, então é mais virtuoso e verdadeiro.
Ex: "A voz dos pobres é a voz da verdade."

Argumentum ad Nauseam:
É a aplicação da repetição constante e a crença incorreta de que quanto mais se diz algo, mais correto está.
Ex: "Se fulano diz tanto que sua bicicleta é azul, então ela é."

Plurium Interrogationum:
Ocorre quando se exige uma resposta simples a uma questão complexa.
Ex: "Que força devemos empregar aqui? Forte ou fraco?"

Red Herring:
Falácia cometida quando material irrelevante é introduzido no assunto discutido para desviar a atenção e chegar a uma conclusão diferente.
Ex: "Será que o palhaço Joãozinho é o assassino? No ano passado um palhaço matou uma criança."

Retificação:
Ocorre quando um conceito abstrato é tratado como coisa concreta.
Ex: "A tristeza de Joãozinho é a culpada por tudo."

Tu Quoque (Você Também):
Falácia do "mas você também". Ocorre quando uma ação se torna aceitável, pois outra pessoa também a cometeu.
Ex: "Você está sendo abusivo." "E daí? Você também está."

Inversão do Ônus da Prova:
Quando o argumentador transfere ao seu opositor a responsabilidade de comprovar o argumento contrário, eximindo-se de provar a base do seu argumento.

Fonte: http://giulianofilosofo.blogspot.com.br/2007/10/tipos-e-exemplos-de-falcias.html

quarta-feira, 10 de julho de 2013

MÚSICA E JOGOS COMO RECURSOS PEDAGÓGICOS

A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA
Em uma sociedade onde a informação e os estímulos são abundantes em outros ambientes mais favorecidos, nossos alunos estão carentes de um trabalho mais efetivo que aumente suas oportunidades em uma época tão competitiva.
São necessárias propostas pedagógicas consistentes e atrativas para superar os problemas existentes na escola e na comunidade.
O ambiente familiar vem roubando das crianças o prazer do brinquedo e a alegria da infância, prejudicando o desenvolvimento emocional e cognitivo.
“Quanto mais oportunidades a criança tiver de desfrutar a riqueza e a liberdade de fantasia da brincadeira em todas as suas formas, mais solidamente seu desenvolvimento se processará”. (Bruno Bettelheim)
A brincadeira é essencial à vida da criança. Aprender brincando torna o processo educativo mais atraente. Os jogos e a música oferecem recursos para tornar a aprendizagem mais agradável e eficaz e transformar o processo educativo em momentos de prazer.
É necessário repensar nossa práxis, buscando alternativas e tentando mediar um ensino com mais qualidade e mais significativo para os educandos.
A utilização da música, do lúdico, da multidisciplinaridade e interdisciplinaridade busca tornar o trabalho docente mais inovador, criativo e efetivo, formando cidadãos competentes, criativos, críticos, sensíveis, participativos e detentores do conhecimento necessário a transformação da sociedade.
Utilizar música e jogos na ação pedagógica aumenta sensivelmente as possibilidades de êxito no processo ensino-aprendizagem, tornando a experiência gratificante, mudando a visão da criança com relação à escola (por que será que as crianças vibram com feriado, recreio e Educação Física?).
É incontestável a importância da música na estruturação, desenvolvimento e manutenção do ser humano, pois tudo o que é vivo está em movimento rítmico e harmonioso.
A música proporciona uma excelente perspectiva de crescimento com relação à coordenação motora, autodisciplina, autoconfiança, estímulo da linguagem, memorização, criatividade, desinibição e socialização, além de proporcionar prazer e favorecer a descontração.
A música é fundamental para a criança adquirir determinadas competências.
A prática da música leva a uma melhora significativa em funções como percepção visual e auditiva, lateralidade, coordenação motora, estruturação do esquema corporal.
Estudos recentes conduzidos por entidades científicas de renome sobre o comportamento humano confirmam que a música traz enormes benefícios para o ser humano.
Pesquisadores dos EUA, explorando a ligação entre a música e a inteligência, divulgaram que em seus estudos concluíram que a prática musical supera a computação para aumentar as habilidades de raciocínio para temas complexos, necessários para a aprendizagem de matemática e ciências (artigo da Revista Notícias em Piano Forte, de Ruberth Bertuzzi).
Com a música desenvolve-se a sensibilidade, a percepção, a observação, a atenção, a memória auditiva, conjunto de habilidades que vão capacitá-la a desenvolver-se em outras áreas.
A música, de forma geral, auxilia no desenvolvimento da oralidade, pois a fala tem a sua prosódia e isso é trabalhado com a criança através das diferentes atividades musicais.
A sequência da música faz com que a criança se reorganize enquanto está cantando o que é muito importante já que melhora a comunicação.
Enquanto a criança aprende ciências ela está adquirindo aptidão para pesquisa, está desenvolvendo capacidades ligadas àquela área, como a matemática que desenvolve o raciocínio lógico. 
Podem-se trabalhar vários temas, através de músicas, para resgatar valores, como a amizade.
Através do jogo quente- frio, trabalha-se a percepção visual.
Música como a “galinha do vizinho” serve para trabalhar a relação entre quantidades e o numeral.
Para introduzir as notas musicais, trabalhamos com “Havia um pastorzinho”.
Através do jogo “Senhor caçador” trabalha-se a discriminação auditiva.
Asseio corporal pode-se usar “O sapo não lava o pé”.
Ecologia e Educação ambiental: Planeta água e, Depende de nós, Não jogue Lixo no chão, etc.
Músicas como “Aquarela, de Toquinho” falam de figuras numa folha de papel, facilitando o trabalho com figuras geométricas.
A Importância do Jogo
O brinquedo, desde muito cedo, está presente nas atividades das crianças.  Entretanto, ele nem sempre proporciona as mesmas gratificações, nem sempre possui as mesmas finalidades.  No início, a criança brinca não pelo resultado de sua ação, mas pela satisfação alcançada pela própria atividade.
O desenvolvimento da criança acontece de maneira mais satisfatória pelo lúdico.  Ela precisa brincar para crescer.  Precisa do jogo como forma de equilíbrio com o mundo.  O jogo é uma atividade que obedece ao impulso mais profundo e básico da essência animal.  Esta atividade inicia-se em nossas vidas com os mais elementares movimentos, tornando-se complexo com o passar do tempo.
As brincadeiras e os jogos tornam-se recursos didáticos de grande aplicação e valor no processo ensino-aprendizagem.
A criança aprende melhor brincando e todos os conteúdos são passíveis de serem ensinados através de brincadeiras e jogos, em atividades predominantemente lúdicas.
Se alguma coisa não é possível de transformar-se em um jogo (problema-desafio), certamente não será útil para a criança neste momento.
Para Piaget, os jogos tornam-se mais significativos à medida que a criança se desenvolve, pois, a partir de livre manipulação de materiais variados, ela passa a reconstruir objetos, reinventar coisas, o que já exige uma adaptação mais complexa, numa síntese progressiva da assimilação com a acomodação.  E conclui: “Os métodos de educação das crianças exigem que se forneça às mesmas um material conveniente a fim de que, jogando, elas cheguem a assimilar as realidades intelectuais que, sem isso, permanecem exteriores à inteligência infantil. Os jogos não são apenas uma forma de entretenimento para gastar energias das crianças, mas meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual”.
Segundo Vigotsky é no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva.  Para a criança, o brinquedo se apresenta como uma atividade que satisfaz necessidades referentes àquilo que a motiva para agir, como uma atividade que proporciona prazer.
A atividade lúdica, na busca de novos conhecimentos, exige do educando uma ação ativa, indagadora, reflexiva, desvendadora, socializadora, criativa, relações estas que constituem a essência psicogenética da educação lúdica (evolução psíquica e genética da criança através do jogo), em total oposição à passividade, submissão, alienação, irreflexão, condicionamento da pedagogia dominadora.
Educar ludicamente não é jogar lições empacotadas para o educando consumir passivamente. É um ato consciente e planejado.  Para esse fim é preciso repensar o conteúdo e a prática pedagógica, trocando a passividade pela alegria, pelo entusiasmo de aprender.  É assumir uma nova postura, uma nova forma de interagir com o educando.
O jogo da “Amarelinha”, por exemplo, é um excelente recurso para desenvolver noções e conceitos de números e medidas, facilitando a identificação dos algarismos, as estratégias de contagem e as comparações de tamanho, além de noções de localização espacial.
O “Tangram” é uma espécie de quebra-cabeça de origem chinesa, que permite montar duas mil figuras diferentes e é muito útil para desenvolver noções de Geometria.
No “Jogo da Velha” a criança criará estratégias para formar sua fileira e ao mesmo tempo impedir o outro de fazê-lo.  Ao formular hipóteses sobre as jogadas do adversário desenvolverá o raciocínio lógico.
O “Loto” é útil para identificar cores e fazer correspondência.
O “Jogo de Argolas” desenvolve a coordenação motora.
A “Escala de Cuisenaire” pode ser aplicada a diferentes faixas de desenvolvimento cognitivo, podendo ser usada para conteúdos matemáticos como medidas, conceito de maior menor, proporcionalidade, soma, subtração, multiplicação, divisão e suas propriedades, frações, com a vantagem de utilizar o concreto para transmissão desses conceitos.
A vida e o conhecimento não se apresentam compartimentalizados. Com a Interdisciplinaridade caem as barreiras que separam as disciplinas e que fragmentam o conhecimento.  Ela abre a visão dos alunos, mostrando que, o que eles aprendem em uma disciplina pode ser usado para outra.
O valor educativo da prática lúdica na construção do conhecimento é inegável, contribuindo para a elevação da auto-estima, da integração com o mundo, canalizando a agressividade para uma atividade prazerosa e de construção cognitiva.


quinta-feira, 27 de junho de 2013

ENCONTRO CASUAL COM CRISTIAN

Vi este texto do meu amigo Cristian no Facebook, achei muito interessante e pedi autorização dele para publicar. Eis o texto:

Acho que todo mundo já sabe disso, mas sempre é bom reforçar: nem sempre eu sei quem cumprimentei ou conversei. Especialmente quando estou na rua, em meio ao barulho de pessoas e veículos sem fim. Talvez não seja assim com todos que não enxergam, mas comigo acontece toda a hora. É complicado identificar alguém apenas pela voz nessas circunstâncias.
Exemplo disso aconteceu anteontem. Eu ia tranquilamente para o trabalho, a pé. De repente, uma voz feminina:
- Oi!
Ela estava perto, mas outras pessoas caminhavam próximo também. A voz não era estranha, mas apenas num monossílabo é difícil ter certeza. Reduzi o passo levemente, aguardei alguns segundos para ver se alguém respondia, nada. E se a outra pessoa tivesse retribuído o cumprimento apenas com um gesto? Bom, para os meus amigos eu peço que me cumprimentem falando o meu nome, para eu saber que é comigo. E que digam o nome deles também, para facilitar.
- Ô Cristian, tá com pressa?!
- Ah, desculpa, achei que era para outra pessoa. Oi, tudo bem?
Abri um sorriso de quem estava distraído mas eu ainda não sabia quem era ela. Meu processador procurava rapidamente alguma voz que se encaixasse... seria a colega da academia, uma gata aliás? Ou aquela moça que me atendeu na livraria ontem? Ah, pode ser aquela que me ajudou a atravessar a rua dias atrás! Ou seria a guria que faz caminhadas por essas horas e geralmente me cumprimenta?

- Tudo bem comigo. E contigo, também?
Bom, pelo menos eu agora sei que ela está parada na minha frente, que não lançou um oi e continuou caminhando. Mas será que agora ela está estendendo a mão, ou é daquelas que dá abraço, três beijos no rosto, etc e tal? Já perdi a conta das vezes que tentei esconder a mão discretamente depois de estendê-la para o nada. Ou de ficar com a cara de idiota esperando o terceiro beijo que não veio. Fiquei na minha, ela acho que também. 
- Também, tudo bem. Só eu ainda não te... 
- Tá indo para o trabalho?
Sorrio. Ela já está querendo engatar uma 3ª na conversa e eu ainda nem sei com quem estou falando. Quem enxerga estaria há horas pensando cantadas e assuntos bacanas para impressioná-la e eu tenho que ocupar esse tempo com o básico: descobrir quem é a criatura. E ela até sabe que eu trabalho e, provavelmente, onde!
- É, to indo para o trabalho. E você, TAM...
- E a tua irmã, tá quase ganhando o nenê? 
Ah não, calma aí minha gente. Ela sabe o meu nome, que estou indo trabalhar, quem é a minha irmã e que ela está grávida. E eu nem faço ideia de quem seja essa guria. Deixo de sorrir pra ver se ela se manca mas respondo pra não ser mal educado:
- É, tá quase. Em setembro chega aí o Teodoro. Mas, desculpe, quem... 
- Então tá, manda um beijo pra ela. Tenho que ir agora, já estou super atrasada. Foi bom te ver, tchau!

Os passos dela já vão lá adiante. Nem retribuo o tchau pra ver se ela se toca. E sigo o caminho do trabalho, pensando naquele minuto que se multiplica na memória. Será que ela agora entendeu que eu não sei quem é?
No final de semana, quando eu estiver com a minha irmã, vou repassar o beijo. De quem? Bom, de alguém que sabia o meu nome, que eu estava indo trabalhar naquela hora, sabia o teu nome e que você está grávida! Você faz ideia de quem seja?

 






Cristian Sehnem – Pedagogo com deficiência visual
















EU, GUIANDO O CRISTIAN, NO CURSO DE QUALIFICAÇÃO DE PROFESSORES NA ÁREA DE DEFICIÊNCIA VISUAL, QUE FIZEMOS JUNTOS NO INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT.