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sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIAS VISUAIS NAS ESCOLAS DE ENSINO REGULAR


Inclusão de alunos com deficiências visuais nas escolas de ensino regular

(o termo regular pode levar a pensar que se uma escola é regularizada, então o ensino que ela oferece é também regular)
Deficiencia visualA exclusão escolar remete a toda uma série de problemas que importa discutir, e é preciso resistir para não ceder à moda que busca explicar a exclusão do aluno por meio das ideias consolidadas sobre a desigualdade das oportunidades escolares.
Além de reproduzir as desigualdades sociais a escola acrescenta e alia fatores de desigualdade e de exclusão que ultrapassam a simples reprodução das desigualdades encontradas na sociedade.
A exclusão é efetivamente uma das dimensões da experiência escolar dos alunos que provoca realmente uma relativa exclusão social e numa sociedade em que uma parcela significativa da população economicamente ativa constitui-se de desempregados, os mais desqualificados do ponto de vista da escolarização têm todas as chances de conhecer a exclusão social.
A seletividade escolar encaminha os alunos mais fracos para as trajetórias de trabalho menos qualificadas, o que, por sua vez, aumenta suas “chances” de desemprego e de precariedade de vida enquanto, no outro extremo, os diplomas nos níveis mais elevados oferecem uma proteção relativa diante do desemprego.
Observa-se que os alunos com dificuldades são orientados para trajetórias escolares mais ou menos desvalorizadas no interior de uma hierarquia extremamente rígida, que impede, quase por completo, o retorno para as carreiras prestigiadas.
No que concerne aos mecanismos propriamente escolares que engendram percursos de exclusão a escola deve se interrogar sobre as finalidades da educação e sobre como os currículos e os métodos pedagógicos devem transformar-se a fim de atenuar a exclusão escolar.
Não é possível resolver os problemas que a educação brasileira vem acumulando há décadas sem que se ouça o docente, que é o responsável por executar na prática as decisões dos políticos.
Algumas ideias, propostas como soluções, se colocadas em prática, podem representar um enorme salto de qualidade da educação no país, porém outras resultariam num retrocesso descabido.
Precisamos de grau maior de realismo e objetividade no diagnóstico de nossos problemas educacionais, assim como de soluções concretas, corretas, responsáveis e viáveis.
Uma ação educativa, comprometida com a cidadania e com a formação de uma sociedade democrática e não excludente, deve, necessariamente, promover o convívio com a diversidade, que é marca da vida social brasileira. Aprender a conviver e a relacionar-se com pessoas que possuem habilidades e competências diferentes é condição necessária para o desenvolvimento de valores éticos como a dignidade do ser humano, o respeito ao outro, a igualdade e a solidariedade.
Na perspectiva da educação inclusiva, não se espera mais que a pessoa com deficiência se integre por si mesma, mas que a escola se transforme para possibilitar essa inserção. Por isso a inclusão defende que a aprendizagem em grupo é a melhor forma de beneficiar a todos, não somente às crianças rotuladas como diferentes, posto que incluir significa ser parte de algo, formar parte do todo, enquanto que excluir significa manter fora, apartar, expulsar.
Maria da Glória de Souza Almeida afirma que “A pessoa com deficiência, tanto quanto outros indivíduos, que integram grupos, vítimas da exclusão em vários níveis, não se pode deixar amesquinhar pela deficiência que o afeta, antes, precisa estar cônscio das suas possibilidades, precisa aprender a enfrentar obstáculos, precisa aceitar desafios, precisa entender e conviver com limites e impedimentos”. Espera-se que a Escola seja o lugar que propicie tudo isto. No entanto, o que se constata é que ela não tem sido capaz de desempenhar a contento suas funções, nem mesmo com os alunos ditos “normais”, quanto mais com aqueles com deficiência, e mais acentuadamente com o deficiente visual, posto que estes possuem necessidades educacionais especiais que a Escola Regular não está pronta para oferecer.
O tema inclusão de crianças deficientes está cada vez mais presente no cotidiano da educação e os professores estão percebendo que as diferenças devem ser aceitas e acolhidas como subsidio para montar ou completar o cenário escolar, mas ainda é difícil encontrar professores que afirmem estar preparados para receber em classe um estudante deficiente e a inclusão exige aperfeiçoamento constante.
A inclusão de alunos que apresentam necessidades educacionais especiais na rede regular representa a possibilidade de revermos concepções e paradigmas, num profundo respeito pelas diferenças.
A verdadeira inclusão é uma tarefa possível de ser realizada, mas não por meio dos modelos tradicionais de organização do sistema escolar e sim pela transformação geral das escolas, visando a atender aos princípios deste novo paradigma educacional.
Em relação à educação dos alunos com necessidades especiais, observa-se a emergência de uma educação inclusiva que deve ser entendida como uma tentativa de atender as dificuldades de aprendizagem de qualquer aluno no sistema educacional e como um meio de assegurar que os alunos que apresentem alguma deficiência tenham os mesmos direitos que os outros e que todos sejam cidadãos de direito nas escolas regulares, bem-vindos e aceitos, formando parte da vida daquela comunidade.
Da Declaração de Salamanca, cujo princípio fundamental “(...) é de que as escolas devem acolher todas as crianças independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras” (p.17), ressaltamos o seguinte trecho: “As escolas que se centralizam na criança representam a base para a construção de uma sociedade centrada nas pessoas, que respeite tanto a dignidade como as diferenças de todos os seres humanos;” (p. 18)
Para Adorno, uma democracia efetiva só pode ser imaginada como uma sociedade de pessoas emancipadas.
O processo de inclusão na Escola Brasileira ainda é insipiente e se limita a cumprir o que determina a legislação no que concerne a matrícula de alunos com necessidades especiais na escola de ensino regular.
Para a educação ser inclusiva de fato não basta matricular os alunos. A escola precisa estar organizada com os recursos didático-pedagógicos específicos e profissionais da educação qualificados para lidar com a diversidade dos alunos. Precisamos ter como objetivo reestruturar as escolas, de modo a que respondam às necessidades de todas as crianças. Para tanto, a figura do professor ganha destaque, pois a educação inclusiva supõe, sobretudo, uma mudança em nós, em nosso trabalho, das estratégias que utilizamos, dos objetivos e do modo como organizamos o espaço e o tempo na sala de aula. Temos que rever as estratégias para ensinar, a grade curricular, os critérios de promoção ou de avaliação, nossa posição ou lugar frente a esses “outros”, outrora excluídos, que agora fazem parte do todo ao qual pertencemos. A educação inclusiva possibilita-nos trabalhar com diferenças, com insuficiências, com o aperfeiçoamento, não só em nossos alunos, mas especialmente em nós mesmos, como profissionais e como seres humanos.
É preciso prover todos os meios (inclusive formação de professores) necessários para que todos os alunos possam desenvolver seu máximo potencial de aprendizagem, tenham ou não necessidades especiais. Cada aluno deve ser incentivado a aprender tudo que lhe for possível, e para tanto, existem inúmeros recursos nem sempre materiais (como equipamentos caros). Muitas vezes basta criatividade por parte do professor e neste caso, os recursos a que me refiro são os pedagógicos.
O contraturno deveria funcionar como reforço ou complemento proporcionando o aprendizado das disciplinas necessárias ao aluno com deficiência, mas não é o que acontece. Geralmente o aluno que deveria ser incluído fica à parte do aprendizado.
As maiores dificuldades enfrentadas pelo professor frente ao processo de inclusão das crianças com deficiência na Rede Regular de Ensino são principalmente devidas ao excessivo número de alunos em sala de aula, além da falta de capacitação para lidar com o aluno com deficiência.
A Declaração de Salamanca destaca: “O princípio fundamental que rege as escolas integradoras é de que todas as crianças, (...) devem aprender juntas, independentemente de suas dificuldades e diferenças. Nas escolas integradoras, as crianças com necessidades educativas especiais devem receber todo apoio adicional necessário para garantir uma educação eficaz”; (p. 23)
A alfabetização de uma criança cega nas escolas regulares, especialmente as da Rede Pública poderá vir a ser realidade se o professor regente usar em sala de aula, com todos os alunos, o recurso de materiais concretos, aguçando a curiosidade do aluno, ao mesmo tempo em que o capacita a ser alfabetizado em Braille.
O incentivo ao aprendizado de Braille é fundamental para a continuidade do ensino nas séries subsequentes, preparando este aluno para a futura inserção no mercado de trabalho e ao efetivo exercício da cidadania, meta maior da educação inclusiva.
O aprendizado do código Braille deveria ser feito no contraturno. O professor de recurso é muito importante, pois ele traz o conhecimento sobre a deficiência e orienta o professor regular, atuando como facilitador da inclusão, ajudando o aluno a interagir com o meio e com o professor, e vice-versa.
No caso da criança cega, o profissional especialista da sala de recursos pode, por exemplo, ajudar o professor regente de sala de aula a elaborar materiais concretos para ensinar os conteúdos (figuras geométricas feitas em relevo com tinta plástica ou sementes coladas no papel, por exemplo, material em braile ou com textos ampliados).
Na sala de apoio a professora recebe os alunos cegos e com baixa visão para aulas de reforço, prepara textos em braile ou com caracteres ampliados, desenhos e mapas em alto relevo, usados nas aulas regulares.
De acordo com especialistas, o conhecimento de recursos específicos para o aluno com deficiência visual, como o braile e o soroban (ábaco utilizado para a realização de operações matemáticas) é função do professor da sala de recursos e não do professor da classe regular.
Com relação à educação de alunos com deficiência visual, a Portaria n.º 3.284 de 07/11/2003, MEC, nos requisitos de acessibilidade, dispõe: “Compromisso formal da instituição de proporcionar, caso seja solicitada, desde o acesso até a conclusão do curso, sala de apoio contendo: máquina de datilografia Braille, impressora Braille acoplada a computador, sistema de síntese de voz; gravador e fotocopiadora que amplie textos; plano de aquisição gradual de acervo bibliográfico em fitas de áudio; software de ampliação de tela; equipamento para ampliação de textos para atendimento a alunos com visão subnormal; lupas, régua de leitura; scanner acoplado a computador; plano de aquisição gradual de acervo bibliográfico dos conteúdos básicos do Braille”.
O que se observa é que, embora muitos dos recursos estejam presentes nas escolas eles estão fechados em salas, encaixotados e sem uso, num flagrante descaso com o patrimônio público.
  • CAMPBELL, Selma Inês. MÚLTIPLAS FACES DA INCLUSÃO. Rio de Janeiro. RJ. WAK Editora, 2009.
Selma
 Selma Inês Campbell - Graduada em Economia pela UFRJ
Especialista em Docência do Ensino Superior pela Universidade Cândido Mendes
Habilitada ao Magistério Séries Iniciais do Ensino Fundamental
Tutora Online - Curso de Redação de Textos Acadêmicos pela CECIERJ Curso de Qualificação de Professores na Área de Deficiência Visual pelo Instituto Benjamin Constant
Licenciada em Letras Português/Literaturas pela UFF
Escritora
PALESTRANTE

“Os segredos da Língua” – a letra R em posições e sons diferentes


Minha colaboração a Projetos Pedagógicos Dinâmicos

“Os segredos da Língua” – a letra R em posições e sons diferentes


Selma Inês Campbell

Letra RCONTEÚDO: A letra R, em nomes de animais, no início da palavra, antes e depois de vogal.
OBJETIVO GERAL: Apresentar algumas das possibilidades de produção de sons diferentes da letra R de acordo com a posição que ela esteja ocupando na palavra.
OBJETIVO ESPECÍFICO: Através do lúdico (gravuras) conduzir o aluno ao conhecimento da letra R.
ESTRATÉGIA: Apresentar gravuras de animais (desenhos), com o nome escrito, que contenham a letra R:
  • No início da palavra.
  • Depois de vogal
  • Antes de vogal

DESENVOLVIMENTO: depois de apresentar cada gravura e mostrar a posição e o som da letra R, perguntar às crianças se “conhecem” outros animais que tenham a letra R no nome.
OBSERVAÇÃO: reservar algumas figuras (aquelas que provavelmente as crianças dirão o nome) para exibir quando elas disserem.
A LETRA R E OS ANIMAIS: ETAPA AVANÇADA
Numa outra etapa pode-se apresentar animais, desta vez com a letra R após consoante
Também pode-se apresentar o duplo R como em BURRO, por exemplo.
MOTIVAÇÃO PARA ESCOLHA DE ANIMAIS PARA EXPLORAR O TEMA
Com animais pode-se explorar vários conteúdos de diversas disciplinas como português, biologia, artes, etc.:
  • Animais terrestres, marinhos e que voam
  • Selvagens, domésticos, insetos, etc.
  • Masculino e feminino
  • Coletivos
  • E muitos outros, até inglês.Basta que a professora use sua criatividade.
APELO DO LÚDICO
  • Animais possuem um forte apelo lúdico:
  • Através de desenhos animados e filmes
  • Através das fábulas
  • Visitas a zoológico
AULAS DE ARTES
Animais em figuras também podem ser usados em aulas de artes para colorir, recortar, usar como molde, etc.
SUGESTÃO ADICIONAL
Pode-se usar as figuras em duplicidade e montar um jogo da memória.

ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL
Contornar as figuras com barbante colado e/ou usar texturas diferentes como areia colada, papéis de diferentes texturas (seda, cartolina, papelão, etc.). Basta que a professora use sua criatividade.
OBSERVAÇÃO:
O projeto usando animais pode ser utilizado com todas as letras do alfabeto. Optei por apresentar a letra R pelas dificuldades que ela apresenta: antes ou depois de vogal muda o som, depois de consoante, no início ou fim da palavra, simples ou dobrado (RR).
Pode-se colecionar trabalhos individuais com as crianças e ao final do ano transformar em um livro no qual pode-se colocar uma capa em papel camurça, perfurar as folhas e colocar dois ou três grampos “bailarinas”. Colar uma etiqueta com o nome de cada um e fazer uma exposição para os pais, tornando os alunos “autores”. É um estímulo e tanto à leitura e produção de textos.

Selma
 Selma Inês Campbell - Graduada em Economia pela UFRJ, Especialista em Docência do Ensino Superior pela Universidade Cândido Mendes, Habilitada ao Magistério Séries Iniciais do Ensino Fundamental, Tutora Online - Curso de Redação de Textos Acadêmicos pela CECIERJ ,Curso de Qualificação de Professores na Área de Deficiência Visual pelo Instituto Benjamin Constant, Licenciada em Letras Português/Literaturas pela UFF. Escritora e palestrante.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

MÁQUINA DE ESCREVER - Texto para reflexão


Em algum lugar alguém contou uma estória infantil e real: crianças vasculhando algum armário esquecido em cômodo da casa encontraram algo fascinante, que imediatamente foram mostrar aos adultos presentes.
Era uma impressora diferente, que não precisava de computador e nem da rede elétrica. Simplesmente imprimia direto no papel ao se digitarem as letras... Por que estava guardada, se era tão mais prática do que a impressora a jato de tinta ou laser que todos temos de usar?
Talvez a nossa escola seja como a máquina de escrever da história, ao olharmos concepções anteriores com sua coerência e funcionalidade, nos perguntamos o porquê de não usá-las mais...
Haveria impressoras sem antes terem sido inventadas e usadas as máquinas de escrever mecânicas e, depois delas, as máquinas elétricas?
Todas são páginas consecutivas do livro da experiência humana, assim como o são as nossas escolas e as escolas anteriores a elas. São páginas de numeração corrida, contínua, que não podem ser arrancadas ou evitadas impunemente para a compreensão da obra.
Neste nosso texto, procuramos convidar você, aluno-educador a achar sua máquina de escrever, a história em algum lugar dos últimos catorze séculos de educação. E, talvez, olhando para ela entre curioso e fascinado, possa entender e criticar sua escola, a escola em que se fez e, também, a escola que está fazendo, e com ela fazendo outros.
O que fundamenta nossa escola e nossa educação? A ciência? A economia? O que faz a escola? Reproduz as práticas da cidadania? Cria a nova cidadania?
O que sustenta a legislação da educação e diz o que deva ser a educação e a escola, o futuro de alunos e o destino de educadores? Pensar sobre tudo isto, parece-nos muito necessário e por isso mesmo, educativo!

Extraído do Módulo 1 da apostila Educação Tecnológica – CEFET-RJ, pag. 65.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Temas para PALESTRAS

Olá, sou PALESTRANTE.
Os temas que costumo apresentar são os relacionados abaixo.Sugira outros temas afins.

ATUAÇÃO DO EDUCADOR NA INCLUSÃO
DIVERSIDADE
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
ATENÇÃO, MEMÓRIA E APRENDIZAGEM
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
AGRESSIDIDADE, AGRESSÃO E VIOLÊNCIA NO COTIDIANO ESCOLAR
DEFICIÊNCIA VISUAL
O PAPEL DO TUTOR ONLINE


segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Educadores - Comenius


Comenius, ou Comênio, como se tornou conhecido, nasceu em 28 de março de 1592 na Morávia, Europa central, região que pertencia ao antigo Reino da Boemia e hoje integra a República Checa. Viveu e estudou na Alemanha e na Polônia.






Comenius, autor da Didática Magna, foi o primeiro educador, no Ocidente, a interessar-se na relação ensino/aprendizagem, levando em conta haver diferença entre o ensinar e o aprender. Também foi o primeiro a falar da INCLUSÃO, pois defendia a educação de todos.














Iniciador da didática moderna, são suas propostas:
§  A educação realista e permanente;
§  Método pedagógico rápido, econômico e sem fadiga;
§  Ensinamento a partir de experiências quotidianas;
§  Conhecimento de todas as ciências e de todas as artes;
§  Ensino unificado.
Visitou o reino da Suécia, contratado para promover a reforma do ensino. Ali se encontrou com René Descartes.
Preocupado com um dos grandes problemas epistemológicos de seu tempo - o método - publicou em 1627 a Didática Tcheca, traduzida em 1631 para o latim como Didática Magna, sua grande obra.
Em 1648 estabeleceu-se em Amsterdã, na Holanda. Prestigiado pelas autoridades, viu publicadas todas suas obras pedagógicas, muitas já famosas.
Comenius morreu a 15 de Novembro de 1671 em Amsterdã, famoso e prestigiado, tendo sempre lutado pela fraternidade entre os povos e as igrejas.
Em 1956, a Conferência Internacional da UNESCO em Nova Deli (Índia) decidiu a publicação de todas as suas obras pelo organismo e o apontou como um dos primeiros propagadores das ideias que inspiraram - quase 300 anos depois - a fundação da UNESCO
Pedagogia de Comênio
Defendia sua pedagogia com a máxima: "Ensinar tudo a todos" que sintetizaria os princípios e fundamentos que permitiriam ao homem colocar-se no mundo como autor. Objetivando a aproximação do homem a Deus, seu objetivo central era tornar os homens bons cristãos - sábios no pensamento, dotados de fé, capazes de praticar ações virtuosas estendendo-se a todos: ricos, pobres, mulheres, portadores de deficiências. A didática é, ao mesmo tempo, processo e tratado: é tanto o ato de ensinar quanto a arte de ensinar.
Salientava a importância da educação formal de crianças pequenas e preconizou a criação de escolas maternais, pois teriam, desde cedo, a oportunidade de adquirir as noções elementares do que deveriam aprofundar mais tarde. A educação deveria começar pelos sentidos, pois as experiências sensoriais obtidas por meio dos objetos seriam internalizadas e, mais tarde, interpretadas pela razão. Compreensão, retenção e práticas consistiam a base de seu método didático e, por eles se chegaria às três qualidades: erudição, virtude e religião, correspondendo às três faculdades necessárias - intelecto, vontade e memória.
Fundamentos naturais do método de Comenius: - o fim é o mesmo: sabedoria, moral e perfeição; - todos são dotados da mesma natureza humana, apesar de terem inteligências diversas; - a diversidade das inteligências é tão somente um excesso ou deficiência da harmonia natural; - o melhor momento para remediar excessos e deficiências acontece quando as inteligências são novas.
O método tem como preceitos: - tudo o que se deve saber deve ser ensinado; - qualquer coisa que se ensine deverá ser ensinada em sua aplicação prática, uso definido; - deve ensinar-se de maneira direta e clara; - ensinar a verdadeira natureza das coisas, partindo de suas causas; - explicar primeiro os princípios gerais; - ensinar as coisas em seu devido tempo; -Foi um grande influenciador na educação moderna.
A obra de Comenius é um paradigma do saber sobre a educação da infância e juventude, utilizando, para isso, um local privilegiado: a escola. Já a Didática Magna apresenta as características fundamentais da escola moderna: - a construção da infância moderna como forma de pedagogização dessa infância por meio da escolaridade formal (até então, as crianças eram tratadas como pequenos adultos); - uma aliança entre a família e a escola, por meio da qual a criança vai se soltando da influência da órbita familiar para a órbita escolar; - uma forma de organização da transmissão dos saberes, baseada no método de instrução simultânea, agrupando-se os alunos; e - a construção de um lugar de educador, de mestre, reservado aos adultos portadores de saberes legítimos.





sexta-feira, 12 de outubro de 2012

O QUE É EQUIDADE?


É o reconhecimento e a efetivação, com igualdade, dos direitos da população, sem restringir o acesso a eles nem estigmatizar as diferenças que conformam os diversos segmentos que a compõem.

É entendida como possibilidade das diferenças serem manifestadas e respeitadas, sem discriminação.

Também pode ser entendida como condição que favoreça o combate das práticas de subordinação ou de preconceito em relação às diferenças de gênero, políticas, étnicas, religiosas, culturais, de minorias etc.