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quarta-feira, 10 de julho de 2013

MÚSICA E JOGOS COMO RECURSOS PEDAGÓGICOS

A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA
Em uma sociedade onde a informação e os estímulos são abundantes em outros ambientes mais favorecidos, nossos alunos estão carentes de um trabalho mais efetivo que aumente suas oportunidades em uma época tão competitiva.
São necessárias propostas pedagógicas consistentes e atrativas para superar os problemas existentes na escola e na comunidade.
O ambiente familiar vem roubando das crianças o prazer do brinquedo e a alegria da infância, prejudicando o desenvolvimento emocional e cognitivo.
“Quanto mais oportunidades a criança tiver de desfrutar a riqueza e a liberdade de fantasia da brincadeira em todas as suas formas, mais solidamente seu desenvolvimento se processará”. (Bruno Bettelheim)
A brincadeira é essencial à vida da criança. Aprender brincando torna o processo educativo mais atraente. Os jogos e a música oferecem recursos para tornar a aprendizagem mais agradável e eficaz e transformar o processo educativo em momentos de prazer.
É necessário repensar nossa práxis, buscando alternativas e tentando mediar um ensino com mais qualidade e mais significativo para os educandos.
A utilização da música, do lúdico, da multidisciplinaridade e interdisciplinaridade busca tornar o trabalho docente mais inovador, criativo e efetivo, formando cidadãos competentes, criativos, críticos, sensíveis, participativos e detentores do conhecimento necessário a transformação da sociedade.
Utilizar música e jogos na ação pedagógica aumenta sensivelmente as possibilidades de êxito no processo ensino-aprendizagem, tornando a experiência gratificante, mudando a visão da criança com relação à escola (por que será que as crianças vibram com feriado, recreio e Educação Física?).
É incontestável a importância da música na estruturação, desenvolvimento e manutenção do ser humano, pois tudo o que é vivo está em movimento rítmico e harmonioso.
A música proporciona uma excelente perspectiva de crescimento com relação à coordenação motora, autodisciplina, autoconfiança, estímulo da linguagem, memorização, criatividade, desinibição e socialização, além de proporcionar prazer e favorecer a descontração.
A música é fundamental para a criança adquirir determinadas competências.
A prática da música leva a uma melhora significativa em funções como percepção visual e auditiva, lateralidade, coordenação motora, estruturação do esquema corporal.
Estudos recentes conduzidos por entidades científicas de renome sobre o comportamento humano confirmam que a música traz enormes benefícios para o ser humano.
Pesquisadores dos EUA, explorando a ligação entre a música e a inteligência, divulgaram que em seus estudos concluíram que a prática musical supera a computação para aumentar as habilidades de raciocínio para temas complexos, necessários para a aprendizagem de matemática e ciências (artigo da Revista Notícias em Piano Forte, de Ruberth Bertuzzi).
Com a música desenvolve-se a sensibilidade, a percepção, a observação, a atenção, a memória auditiva, conjunto de habilidades que vão capacitá-la a desenvolver-se em outras áreas.
A música, de forma geral, auxilia no desenvolvimento da oralidade, pois a fala tem a sua prosódia e isso é trabalhado com a criança através das diferentes atividades musicais.
A sequência da música faz com que a criança se reorganize enquanto está cantando o que é muito importante já que melhora a comunicação.
Enquanto a criança aprende ciências ela está adquirindo aptidão para pesquisa, está desenvolvendo capacidades ligadas àquela área, como a matemática que desenvolve o raciocínio lógico. 
Podem-se trabalhar vários temas, através de músicas, para resgatar valores, como a amizade.
Através do jogo quente- frio, trabalha-se a percepção visual.
Música como a “galinha do vizinho” serve para trabalhar a relação entre quantidades e o numeral.
Para introduzir as notas musicais, trabalhamos com “Havia um pastorzinho”.
Através do jogo “Senhor caçador” trabalha-se a discriminação auditiva.
Asseio corporal pode-se usar “O sapo não lava o pé”.
Ecologia e Educação ambiental: Planeta água e, Depende de nós, Não jogue Lixo no chão, etc.
Músicas como “Aquarela, de Toquinho” falam de figuras numa folha de papel, facilitando o trabalho com figuras geométricas.
A Importância do Jogo
O brinquedo, desde muito cedo, está presente nas atividades das crianças.  Entretanto, ele nem sempre proporciona as mesmas gratificações, nem sempre possui as mesmas finalidades.  No início, a criança brinca não pelo resultado de sua ação, mas pela satisfação alcançada pela própria atividade.
O desenvolvimento da criança acontece de maneira mais satisfatória pelo lúdico.  Ela precisa brincar para crescer.  Precisa do jogo como forma de equilíbrio com o mundo.  O jogo é uma atividade que obedece ao impulso mais profundo e básico da essência animal.  Esta atividade inicia-se em nossas vidas com os mais elementares movimentos, tornando-se complexo com o passar do tempo.
As brincadeiras e os jogos tornam-se recursos didáticos de grande aplicação e valor no processo ensino-aprendizagem.
A criança aprende melhor brincando e todos os conteúdos são passíveis de serem ensinados através de brincadeiras e jogos, em atividades predominantemente lúdicas.
Se alguma coisa não é possível de transformar-se em um jogo (problema-desafio), certamente não será útil para a criança neste momento.
Para Piaget, os jogos tornam-se mais significativos à medida que a criança se desenvolve, pois, a partir de livre manipulação de materiais variados, ela passa a reconstruir objetos, reinventar coisas, o que já exige uma adaptação mais complexa, numa síntese progressiva da assimilação com a acomodação.  E conclui: “Os métodos de educação das crianças exigem que se forneça às mesmas um material conveniente a fim de que, jogando, elas cheguem a assimilar as realidades intelectuais que, sem isso, permanecem exteriores à inteligência infantil. Os jogos não são apenas uma forma de entretenimento para gastar energias das crianças, mas meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual”.
Segundo Vigotsky é no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva.  Para a criança, o brinquedo se apresenta como uma atividade que satisfaz necessidades referentes àquilo que a motiva para agir, como uma atividade que proporciona prazer.
A atividade lúdica, na busca de novos conhecimentos, exige do educando uma ação ativa, indagadora, reflexiva, desvendadora, socializadora, criativa, relações estas que constituem a essência psicogenética da educação lúdica (evolução psíquica e genética da criança através do jogo), em total oposição à passividade, submissão, alienação, irreflexão, condicionamento da pedagogia dominadora.
Educar ludicamente não é jogar lições empacotadas para o educando consumir passivamente. É um ato consciente e planejado.  Para esse fim é preciso repensar o conteúdo e a prática pedagógica, trocando a passividade pela alegria, pelo entusiasmo de aprender.  É assumir uma nova postura, uma nova forma de interagir com o educando.
O jogo da “Amarelinha”, por exemplo, é um excelente recurso para desenvolver noções e conceitos de números e medidas, facilitando a identificação dos algarismos, as estratégias de contagem e as comparações de tamanho, além de noções de localização espacial.
O “Tangram” é uma espécie de quebra-cabeça de origem chinesa, que permite montar duas mil figuras diferentes e é muito útil para desenvolver noções de Geometria.
No “Jogo da Velha” a criança criará estratégias para formar sua fileira e ao mesmo tempo impedir o outro de fazê-lo.  Ao formular hipóteses sobre as jogadas do adversário desenvolverá o raciocínio lógico.
O “Loto” é útil para identificar cores e fazer correspondência.
O “Jogo de Argolas” desenvolve a coordenação motora.
A “Escala de Cuisenaire” pode ser aplicada a diferentes faixas de desenvolvimento cognitivo, podendo ser usada para conteúdos matemáticos como medidas, conceito de maior menor, proporcionalidade, soma, subtração, multiplicação, divisão e suas propriedades, frações, com a vantagem de utilizar o concreto para transmissão desses conceitos.
A vida e o conhecimento não se apresentam compartimentalizados. Com a Interdisciplinaridade caem as barreiras que separam as disciplinas e que fragmentam o conhecimento.  Ela abre a visão dos alunos, mostrando que, o que eles aprendem em uma disciplina pode ser usado para outra.
O valor educativo da prática lúdica na construção do conhecimento é inegável, contribuindo para a elevação da auto-estima, da integração com o mundo, canalizando a agressividade para uma atividade prazerosa e de construção cognitiva.


2 comentários:

  1. Acredito que a relevância do lúdico para o processo ensino-aprendizagem é indiscutível. Aprender e ensinar com alegria, com prazer, em parceria com nossos pares é maravilhoso. Parabéns por seu artigo, por sua sensibilidade, por sua generosidade em partilhar seus conhecimentos, sua experiência, seu amor pela Educação.

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